comecei a fazer terapia aos 12 anos, ainda que naquela época não fosse um recurso tão comum e difundido, aliás nem lembro mais de onde me saiu esta possibilidade para falar a verdade.

O que me recordo bem, é de estar em algum destes dilemas da pré adolescência e me ver sem saída para dar conta de alguma angústia. Queria muito dividir aquilo com meu pai, mas por alguma razão, não me vi em condições de fazê-lo sozinha e cogitei que uma ajuda profissional poderia facilitar a nossa conversa. Ele que sempre foi um grande eixo de confiança e apoio, achou a ideia otima, e foi ai então o começo de tudo.

Caminho aberto e sendo percorrido, meados do ano de 2020 quase 10 anos de consultório, cenário de avanços tecnológicos e mudanças culturais que intensificaram a exposição do sujeito a um fluxo contínuo de informações e expectativas sociais, alterando o modo como ele compreendia a si mesmo e aos outros. Uma nova configuração, voltada à aceleração e ao imediatismo, que favoreceu o surgimento de sintomas como a sensação de vazio e o aumento da ansiedade, revelando um sujeito em busca de sentido em um cenário que, paradoxalmente, parece esvaziar a experiência de profundidade e autenticidade. Como se não bastasse toda esta complexidade, eis que somos atingidos de forma disruptiva e irremediável pela pandemia do Covid-19.

A pandemia, ao impor um limiar de incerteza, introduziu o sujeito a um campo simbólico rarefeito, no qual as construções de sentido, antes tão firmes, se esvaíram. A dissolução temporária dos rituais cotidianos também acarretou uma reconfiguração dos vínculos que sustentam a psique, especialmente no contexto coletivo, onde o “outro” passou a ser percebido como uma ameaça potencial à integridade física e psíquica.

E em meio a este caos, as mil faces das reinvenções; como a transformação do setting terapêutico em espaços inesperados e improvisados, levando o sujeito e o analista a recriarem, de maneira quase artesanal, o ambiente da análise. Do consultório ao carro, do divã ao celular, o espaço analítico assumiu uma flexibilidade radical, evidenciando o esforço de manter o vínculo psíquico mesmo em meio à dispersão e ao distanciamento. Essa adaptação revelou o quanto a análise não depende de um espaço físico específico, mas sim do compromisso com a escuta e o acolhimento, onde quer que o sujeito esteja e possa se sentir estas condições.

Pegando carona nestes novos cenários, mais amplos, num conceito mais arejado em contraponto ao confinamento, transferi para o setting elementos que remetem a esta conexão mais ampla, natural, orgânica e afetiva. Ali divido com meus pacientes algumas evidências que denunciam meu amor pela clínica, por cafés e pelas flores, aliás estes elementos me acompanham também na filial novinha do consultório na praia de Floripa.

A atmosfera da acolhida afetiva, está presente também nos atendimentos virtuais, posta no comprometimento, na disponibilidade e no cuidado que meus pacientes recebem, onde cada um é recebido de forma única e afetuosa.
Mais do que um ambiente clínico, a proposta do consultório na praia é a de levar saúde mental, de poder proporcionar a reflexão, uma sensação de que você não está sozinho, e para complementar este compromisso, tem mais novidade vindo!

Nós últimos meses tenho me dedicado junto a uma equipe linda, de apoio técnico no desenvolvimento da minha querida Jocasta, que você pode encontrar tudinho sobre esta assistente de acolhimento virtual na sessão do site que esta em construção só para ela❣️